Pela primeira vez na vida, tinha certeza de seus sentimentos. Ponderou, ensaiou; por fim tomou coragem. Amo você, disse. Amo você também, respondeu. Mentiu.
Patrick Pegorin, 20/05/2014
Pela primeira vez na vida, tinha certeza de seus sentimentos. Ponderou, ensaiou; por fim tomou coragem. Amo você, disse. Amo você também, respondeu. Mentiu.
Patrick Pegorin, 20/05/2014
No banheiro, antes de dormir, quando se abaixava para cuspir o creme dental, tinha o costume de imaginar que figura assustadora poderia ver atrás de si, no espelho, ao levantar a cabeça.
Já faz três dias que não escova os dentes.
Patrick Pegorin, 14/05/2014
Ao chegar em casa percebeu que havia deixado a TV ligada. Noticiava-se o assassinato de uma jovem. Lavou, na pia da cozinha, o objeto que trazia consigo. Enxugou as mãos e foi para o quarto. Na borda do ralo ainda restaram algumas gotas acobreadas.
Patrick Pegorin, 11/05/2014
Acorda, calça o café veste as escadas escova o rosto lava os dentes toma a roupa desce os sapatos, desembaralha a cabeça e dá início a um novo dia.
Patrick Pegorin, 06/05/2013
A mente arremeteu-se àquele momento nostálgico. A casa cheia, as luzes acessas, vozes, risadas. E no ímpeto da ausência, no ápice da saudade, sinto um aconchego afável escorrer pelos olhos…
Casa vazia, luzes apagadas, silêncio absoluto; mas eis-me aqui.
Geise Pereira, 27/02/2013
‘ Silêncio. Chuva de jornal pode não ser engraçada para humanos. Ter de dormir ao relento também não é. Mas por que felinos tem rabo, se só servem para derrubar vassoura, baldes e acordar todo mundo da casa, falhando a missão de entrar pela janela? ‘
Leticia Dadalt de Miranda, 05/05/2013
E morreu.
Patrick Pegorin, 03/05/2013
Os raios de sol iluminaram seu quarto minúsculo e fúnebre. Despertador, café amargo, cigarro, cinzas. Deu o nó na gravata. Deu-se, também, um nó na garganta.
Geise Pereira, 18/04/2013
Acendeu um cigarro e pôs-se a pensar na vida. Quando atirou a bituca ao chão já não pensava em mais nada.
Patrick Pegorin, 26/04/2013
Entrou, foi ao banheiro. Livrou-se do esmalte, limpou a maquiagem, despiu-se da lingerie. Em ponta de pés, foi para o quarto. — Outra reunião até tarde, querido? — Sim, meu bem, agora volte a dormir.
Patrick Pegorin, 26/04/2013